Ter, 23 de outubro de 2018, 10:06

UFS mantém 6ª posição entre as universidades do Nordeste e 38ª do Brasil, segundo o RUF 2018
Enfermagem, Computação, engenharias Civil e Elétrica, Filosofia, Educação Física e Nutrição são os destaques
RUF 2018 avaliou 196 instituições públicas e privadas de ensino superior de todo o país. (fotos: Adilson Andrade/Ascom UFS)
RUF 2018 avaliou 196 instituições públicas e privadas de ensino superior de todo o país. (fotos: Adilson Andrade/Ascom UFS)

A Universidade Federal de Sergipe manteve as posições da edição de 2017 no Ranking Universitário Folha (RUF) deste ano, publicado no início de outubro. Dentre as instituições do Nordeste a UFS manteve-se em 6º lugar e, no âmbito nacional, em 38º. O ranking avaliou 196 instituições públicas e privadas de ensino superior de todo o país.

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Em sua sétima edição, o RUF passou por alterações em seus critérios avaliativos. Neste ano, os estudos acadêmicos publicados pelas instituições, em união com o setor produtivo, passaram a compor o indicador de “inovação”. Além disso, o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) possui agora quatro pontos na fórmula do ranking.

Para o pró-reitor de Graduação, Dilton Maynard, o resultado obtido no ranking é positivo. “Este ano, houve uma alteração na metodologia do RUF. Essa mudança trouxe consequências. Algumas instituições caíram de posição, como foi o caso da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que perdeu a primeira colocação para a Universidade de São Paulo (USP), mas historicamente elas se revezam. Nesse cenário, a UFS, mesmo sem alteração, não teve sua posição diminuída”, conta o professor.

Lucindo Quintans, pró-reitor de Pós-Graduação e Pesquisa, salienta que o resultado obtido pela UFS constata-se também pelo caráter empreendedor da instituição. Para ele, a universidade consegue fazer muito com pouco recurso.

“Se você olha para o cenário atual de cortes reais para a ciência e tecnologia, que estão acontecendo nos últimos três anos, a posição da UFS em 38° é muito importante, porque ela ficou na frente de várias instituições que tiveram muito mais aporte de recursos, como a Universidade Federal de Alagoas (Ufal), a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e a Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Isso mostra que a UFS consegue fazer muito com pouco recurso por possuir um caráter empreendedor”, explica.

Ensino, mercado, pesquisa, inovação e internacionalização compreendem os cinco critérios avaliados pelo RUF. A UFS conseguiu superar os índices de 2017 nos indicadores de pesquisa (42º âmbito nacional) e mercado (36º).

A primeira colocação, na região Nordeste, é ocupada pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e a segunda pertence à Universidade Federal do Ceará (UFC). Já a 3ª, 4ª e 5ª colocações ficaram, respectivamente, com as universidades federais da Bahia (Ufba), Rio Grande do Norte (UFRN) e Paraíba (UFPB).

Avaliação dos cursos

Além de avaliar as instituições de ensino, o ranking classifica os 40 cursos de maior demanda do país, definidos pela Folha de São Paulo. Este ano, os cursos de Enfermagem (23º), Computação (24º), Engenharia Civil (26º), Elétrica (26º), Filosofia (28º), Educação Física (28º) e Nutrição (31º) da UFS foram os melhores classificados entre os 37 cursos avaliados da universidade.

Vale ressaltar, ainda, que o curso de Direito aumentou 37 posições, em relação ao RUF 2017, e ocupa a 50ª posição do ranking. Já Educação Física e Nutrição subiram 25 posições.

Confira abaixo as análises dos resultados obtidos pela UFS no Ranking Universitário Folha feitas pelos pró-reitores Dilton Maynard (Prograd) e Lucindo Quintans (Posgrap).

Entrevista com Dilton Maynard (Prograd)


Para o pró-reitor de Graduação Dilton Maynard, a posição da UFS é positiva. "Não ter tido uma queda, no contexto em que estamos, é uma ótima notícia".
Para o pró-reitor de Graduação Dilton Maynard, a posição da UFS é positiva. "Não ter tido uma queda, no contexto em que estamos, é uma ótima notícia".

- Como você avalia a classificação da UFS no Ranking Universitário Folha?

O nosso caminho, tanto no campo da pesquisa quanto no campo do ensino, tem sido de avanço, mas estamos falando de instituições que estão sendo avaliadas, justamente, por algumas coisas que elas já têm consolidadas e a UFS está consolidando. Então, eu acho que não ter tido uma queda brusca no ranking, no contexto em que estamos vivendo, já é uma ótima notícia.

- Alguns cursos aumentaram significativamente a sua posição no ranking. Qual análise você faz desse resultado?

Isso é resultado da política que a UFS vem traçando de rever alguns projetos pedagógicos dos cursos, da contratação de professores, da entrada de professores em programas de pós-graduação e, também, do desempenho no Enade, que passou a ter um peso duplo agora.

É sempre bom observar que a melhora de qualquer curso de graduação, numa pesquisa como essa, vai estar sempre atrelada à quantidade de professores com dedicação exclusiva e à capacidade dos docentes de se envolver em ações de pós-graduação.

- Segundo o ranking divulgado pelo site Consultor Jurídico (Conjur), o curso de Direito da UFS conquistou o 1º lugar, com o maior índice de aprovação, no 24º Exame da Ordem. O que diferencia da avaliação feita pelo RUF?

O melhor curso de Direito do Brasil, pela ordem que normatiza a ação profissional dos advogados, é considerado pela performance dos alunos. Esse mesmo curso está em 50º lugar, conforme os critérios da Folha. Isso nos revela que o ranking da Folha precisa, sempre, ser relativizado e, em alguns casos, necessita de uma análise cuidadosa.

A quantidade de professores com dedicação exclusiva em certos cursos, como Medicina e Direito, por exemplo, não é a mesma nos cursos de licenciatura, porque em profissões como médico e advogado é essencial que os professores estejam atuando no mercado de trabalho. Dessa maneira, não temos necessariamente, nesses cursos, 100% desses professores com dedicação exclusiva.

Entrevista com Lucindo Quintans (Posgrap)


"O fato de o ranking não ser do MEC é algo muito importante, pois é uma classificação gerada por dados da sociedade", diz o pró-reitor de Pós-Graduação e Pesquisa Lucindo Quintans.
"O fato de o ranking não ser do MEC é algo muito importante, pois é uma classificação gerada por dados da sociedade", diz o pró-reitor de Pós-Graduação e Pesquisa Lucindo Quintans.

- O RUF não é uma avaliação oficial do MEC. Partindo dessa premissa, qual a contribuição que esses dados trazem?

O fato de o ranking não ser do MEC é algo muito importante, pois é uma classificação gerada por dados da sociedade, ou seja, é a sociedade olhando para as instituições públicas e privadas e fazendo um ranqueamento, colocando uma escala de qualidade geral de cada instituição.

Todo ranking, quando é montado, tem pontos positivos e negativos no processo. Não tem como medir sem viés as universidades. Por isso, acredito que o ranking da Folha permite dimensionar a posição da UFS dentro do cenário nacional e mostra que estamos no caminho certo, dentro de uma avaliação vinda da sociedade. Isso não quer dizer que a universidade seja perfeita, mas que o seu posicionamento é de destaque frente a outras instituições do Nordeste, principalmente se for comparado o orçamento.

- A partir do ranking, o que a UFS pode fazer com essas informações?

A universidade pode utilizar os dados do ranking para corroborar com todos os outros dados que temos publicados dentro do perfil que a UFS possui, junto ao ensino, à pesquisa e à extensão, que são o tripé da instituição. Saliento, ainda, que este resultado não é surpreendente. Há muito trabalho e muita dedicação para que a universidade continue sendo competitiva, inclusiva, socialmente justa e de qualidade.

Paulo Marques (bolsista)

Luiz Amaro

comunica@ufs.br


Atualizado em: Ter, 23 de outubro de 2018, 10:30
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